Inauguração do Terminal Rodoviário de Belém pelo então prefeito Luiz Alexandrino da Silva (Lula Firmino, como era popularmente conhecido), na década de 1980.
Fonte: Página Belém Antiga ( https://www.facebook.com/belemantiga )
Olha quem visitou Chapéu Virado em 1927 e decidiu tirar uma foto para lembrar: O escritor e poeta Mário de Andrade
Encontrei o seguinte texto em um Tumblr, um microblog, que conta um pouco da experiencia do autor que vive em Belém e informa alguns fatos para outros paulistanos sobre sua vivência.
Vale a pena ler, é interessante ver o ponto de vista que pessoas de fora podem ter ao visitar nossa cidade.
"1) Belém é uma metrópole
Todo mundo sabe que Belém é grande, mas, no Sudeste, muita gente não tem a dimensão de quão grande ela é. Belém tem três shoppings, todos superlotados, inclusive o que tem lojas de luxo, engarrafamento adoidado, balada indie, eletrônica ou de reggae, festival de ópera, hospital oncológico e preços de imóveis que fazem as pessoas falarem em bolha. Tudo o que caracteriza uma metrópole, da grande variedade de serviços aos problemas do inchaço urbano, Belém tem. Está longe de ser uma cidadezinha simpática, é uma cidade enorme e complexa, cheia de coisas interessantes.
2) Não tem praia…não como em Fortaleza ou Rio
Como o Pará é próximo do Maranhão, é fácil associá-lo com o Nordeste, ao contrário do Amazonas, que está lá, claramente na região Norte. E para o paulistano, Nordeste é sinônimo de…praia! Logo, Belém deve ser mais uma dessas capitais da costa, que têm mar, calçadão, ciclovia e quiosque de coco, certo? Errado. Não tem nada disso. Quando eu falei que ia me mudar, algumas pessas disseram que adorariam morar na praia. Pois é, eu também, mas não é o caso. Até é fácil ir à praia em Belém, em meia hora de carro ou um pouco mais já se chega a Mosqueiro. Mas a cidade não tem aquela orla que vem à nossa cabeça quando pensamos em uma cidade litorânea. E fica à beira-rio, não à beira-mar.
3) Belenense não é nordestino
Outra ideia que deve vir da proximidade com o Nordeste é de que o jeito de ser é muito parecido com o dos nordestinos. Como você, caro leitor paulistano, imagina o sotaque de Belém? Parecido com o do cearense? Se disse que sim, errou. Só as vogais abertas são parecidas - aquela coisa de falar “só-lidão”, e não “sô-lidão”. Mas todo o resto é diferente. As expressões são outras, o jeito de ser é diferente, a cidade tem outra cara, as pessoas têm traços diferentes, enfim, Belém é Amazônia, é uma cultura própria e bem típica, que tem várias diferenças em relação à nordestina (que, aliás, também varia bem de um lugar para outro, eu acho).
4) A cidade não é tão barata quanto você pensa
Eis algo que eu pensei, quando cheguei a Belém: tudo deve ser mais barato, então, meu dinheiro vai render bem mais. Bom, transporte, baladas e restaurantes são um pouco mais em conta, sim, porque em São Paulo parece que todo mundo perdeu a noção do quanto é razoável pagar por um táxi, um estacionamento, um jantar ou uma ida ao bar. Mas a diferença não é tão gritante, viu? E, em itens como aluguel e supermercado, é praticamente pau a pau. Por fim, no quesito roupas, Belém é um roubo. Quando eu preciso de algo novo, deixo para comprar em São Paulo, porque, aqui, as lojas legais cobram um “precinho extra” pelas mesmas roupas de lá.
5) Não tem floresta para toda parte
Belém é uma metrópole, vide o ponto 1. Da Estação das Docas ou de uns bares na beira do rio, a gente até vê trechos de floresta do outro lado do Guamá, mas a mata fechada, aquela que a gente imagina quando pensa na Amazônia, não está assim, no meio da cidade. Quando você visitar Belém, programe-se bem, se quiser ver a floresta de pertinho. Uma forma é pegar os barcos das Docas que vão a outras cidades ou os que fazem passeios turísticos, como o da Ilha dos Papagaios. Mas, reserve no mínimo meio dia para o passeio.
6) Não dá para ir e voltar de Manaus no intervalo do almoço
Uma vez, um amigo meu precisava consertar um produto quebrado e ligou para a central da empresa, para saber onde era a assistência técnica. O atendente, no call center em São Paulo, disse que não havia assistência autorizada em Belém, mas que ele poderia ir à assistência de Manaus. Como se a ida a Manaus fosse, assim, um pulinho na hora do almoço! Acontece que Belém é tão perto de Manaus quanto São Paulo é de Porto Alegre. Não é modo de dizer, a conta é essa, são duas horas de voo. Estar na mesma região não quer dizer estar pertinho, especialmente no Norte do Brasil.
7) O inverno é no verão e o verão é no inverno
Enquanto todos os paulistanos reclamam, no Facebook, que o calor está infernal neste verão, eu dou graças a Deus por de vez em quando poder dormir com o ventilador desligado. Em Belém, as temperaturas não mudam muito ao longo do ano, está sempre quente. Mas as chuvas, sim, mudam. Os meses mais quentes do ano, em São Paulo, entre novembro e maio, são os meses chuvosos de Belém, o que dá uma certa refrescada e faz o pessoal chamar este período de inverno. Em julho, quando meus amigos paulistanos estão marcando um fondue, os belenenses estão enlouquecidos para ir à paraia, porque o clima está extremamente quente e bem mais seco. Aliás, fica a dica: julho, agosto e setembro são os melhores meses para visitar Belém, porque, apesar do calor impressionante, você passeia o dia inteiro sem se preocupar com a próxima chuva.
8) Você não vai pegar geral
No Sul-Sudeste, a gente às vezes tem uma certa imagem de que “da Bahia pra cima” é tudo liberado, em termos de paquera e sexo. Talvez seja por causa do Carnaval e das micaretas, que vendem a imagem do “eu quero mais é beijar a boca”, ou talvez por uma certa visão distorcida do Norte-Nordeste. Mas não é bem assim que as coisas funcionam. As pessoas aqui falam mais naturalmente de sexo e paquera, sim. Fazem mais piada sobre isso e contam mais abertamente da sua vida íntima. Mas, não pense, leitor solteiro à procura, que você será loucamente assediado e que vai sair pegando geral só de abrir um sorriso. Lábia e respeito à vontade alheia também valem por aqui. Falar de sexo mais abertamente não significa querer fazer sexo o tempo todo e com qualquer um, certo?
9) A diversidade é menor, mas a convivência é maior
Tem uma camiseta vendida por aqui que diz ”Belém é um ovo de codorna anã”, o que é engraçadinho para um frase de camiseta, mas eu não acho que é tão fácil encontrar conhecidos por acaso. Provavelmente é porque eu conheço bem menos gente aqui do que em São Paulo, mas tenho a impressão de que lá eu encontrava com mais frequência algum amigo na fila do cinema ou de uma balada do que por aqui. São Paulo é gigante e você pode se divertir e se expressar como quiser, mas tem aquela história de ter lugares muito segmentados para cada idade, gosto e classe social, o que talvez torne até mais fácil esbarrar com as mesmas pessoas. Em São Paulo, o cara que gosta de rock não é “obrigado” a ir num bar de reggae, na 3ª feira, porque ele encontra balada rock todo dia da semana. Mas talvez isso faça com que ele encontre menos vezes o colega do trabalho que curte o Bob Marley. O cara milionário que quer ir passear no shopping pode ir ao Cidade Jardim e só encontrar milionários. E a menina patricinha que quer paquerar outras meninas patricinhas pode ir ao bar onde só tem meninas iguais a ela e encontrar a sua galera. Em Belém, parece que tudo é mais misturado. Pobre e rico, novo e velho, gays e héteros, roqueiros e micareteiros, todo mundo convive mais de perto, até por haver menos opções, o que às vezes gera cenas bem surpreendentes. E isso também torna mais difícil bater o olho em alguém e saber o perfil daquela pessoa já à primeira vista. Por exemplo, ricos e pobres são um pouco mais parecidos entre si do que em Sampa. Lá, até o sotaque muda, do centro expandido para a periferia. Um cara de Pinheiros, se bobear, tem dificuldade pra entender dois manos da Cidade Tiradentes conversando. Aqui, não, o jeito de falar é mais uniforme, todo mundo é mais informal, o tacacá que o pobre come é igual ao do rico. E isso gera uma experiência bem interessante para quem vem de uma cidade onde é mais fácil conviver só com quem parece com você.
10) Belenenses podem ser simpáticos. Ou não
Outro mito paulistano sobre o Norte-Nordeste é o da simpatia. Acho que, também nesse caso, isso se deve à influência da imagem que a Bahia vende de si. Muita gente no Sudeste imagina que as pessoas em Belém são sempre sorridentes, gentis e acolhedoras. Os próprios belenenses costumam se ver assim, aliás. Mas nem sempre são. É bem comum você ser mal atendido numa loja ou levar um esbarrão no corredor do supermercado e nem ouvir um pedido de desculpas. Os taxistas, então, costumam ser o oposto dessa imagem acolhedora. Vivem de cara fechada. Quem sou eu para julgar os motivos de cada um para estar assim, não é? Mas, para mim, isso mostra que a imagem do povo cordial é só parcialmente verdadeira. Acho que, simplificando, eu diria assim: grosso modo, paulistanos são mais educados, dizem mais “por favor” e “obrigado” e pensam mais no espaço do outro, enquanto belenenses são mais simpáticos e calorosos, dizem mais a verdade na lata e gostam mais de compartilhar seus espaços com os outros. Estilos diferentes e bacanas, cada qual à sua maneira."
Fonte: http://paraulistano.tumblr.com/post/19225516149/10-pontos-basicos-para-um-paulistano-entender-belem
Severa e o marido, o soldado Pedro Cavalcante de Oliveira moravam onde hoje se situa a rua João Balbi, nº 81, no trecho entre a atual avenida Alcindo Cacela e a travessa 14 de Março, em modesta barraca, que funcionava como uma espécie de pensão dividida em vários cômodos que eram alugados.
Aos 19 anos e grávida de cerca de sete meses, Severa Romana estava casada há quase dois anos quando ela e o marido concordaram em fornecer refeições, mediante módico pagamento, ao cabo Antônio Ferreira dos Santos, transferido do Ceará. Homem impulsivo e primário, logo se apaixonou pela jovem, grávida pela primeira vez, que repeliu energicamente as propostas do militar. Às 19 horas do dia 2 de julho de 1900, valendo-se da circunstância de estar o dono da casa de sentinela no quartel, Antônio foi à barraca do João Balby e, repelido mais uma vez, ameaçou de usar a violência para alcançar o seu intento. De nada valeram as súplicas e os gritos de socorro da vítima. Armado de navalha, o cabo atacou cruelmente a moça, golpeando-as no seio e no pescoço, degolando-a.