Eternizados em nossas ruas: Julio César

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Ele descobriu o dirigível antes de Santos Dumont, Ele foi um dos maiores inventores do mundo em todos os tempos e testou sua invenção em um dos pontos mais visitados de Belém. E você achando que era só o nome de uma avenida.

Em uma cidade carente de heróis, nenhum deles, vôou ( literalmente ) tão alto quanto o paraense Julio Cezar Ribeiro de Souza. Origem humilde, filho de lavradores, sem formação científica, resolveu a questão de dirigibilidade do balão, quinze anos antes de Santos Dumont e anos antes dos franceses Charles Renard e Arthur Krebs concluírem o primeiro circuito fechado a bordo de um dirigível, em 1884.

Sua teoria foi construída a partir da observação do vôo de aves planadoras como o urubu e na forma do corpo de animais aquáticos e foi patenteada em onze países. Conseguiu 20 contos de réis do governo paraense, quando a passagem para a França custava 4 contos de réis eram necessários para uma viagem de ida e volta ao velho continente.

Na França constrói o balão Victoria, um protótipo de dez por dois metros, que resulta em experiências bem sucedidas.
Sem mais recursos, Julio Cezar volta ao Brasil em 1881, e faz novos testes com o Victoria em Belém e no Rio de Janeiro. Consegue mais 36 contos de réis, doados pelo governo paraense, para construir um balão de 52 metros de comprimento – o maior balão do mundo – batizado de Santa Maria de Belém.

O grande balão começa a sair do papel, na França, em janeiro de 1883, mas Júlio Cezar ficou no Brasil. O pouco dinheiro restante foi para fazer ajustes. O balão segue para Belém, onde Julio Cezar tem dificuldades em arrecadar fundos para fabricar o hidrogênio, para inflar seu balão. Uma das saídas é cobrar ingresso para ver o pequeno protótipo, exposto na catedral de Belém, e também para ouvir suas palestras, à noite, no Teatro da Paz. Finalmente, cerca de um ano após ter chegado da França, em 12 de julho de 1884, com auxílio da província do Amazonas, Julio Cezar organiza um mutirão de colegas, trabalhadores e amigos em um esforço de encher o balão, utilizando 70 barris para a produção de hidrogênio.

O trabalho, iniciado à meia-noite, segue madrugada adentro. A inexperiência na manipulação do material acaba danificando o experimento, obrigando Julio Cezar a encerrá-lo,

Um herói, um pioneiro, um visionário, um paraense que você nem conhecia. Quando passar em frente a Casa das Onze Janelas, olhe para o forte e sinta toda esta história. Para Curtir e Compartilhar com os amigos... A foto é de 1884 em frente ao Forte do Castelo, em um dos testes de Júlio Cesar.


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