Memórias da Cabanagem - Parte 1

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Oi, oi, CABANAGEM te lembra algo?

Uns pensam em pobres, lutas, outros pensam em bairro, e até na história em si dos cabanos: uma revolta de cunho social que ocorreu na época do Brasil império, na província do Grão-Pará, para expulsar aqueles que queriam que a região fosse mantida como colônia.

Confesso que não conheço a fundo a história da Cabanagem, mesmo assim, hoje temos pontos na cidade de Belém que buscam relembrar esse pedaço da nossa história. Um dos maiores movimentos do país ocorreu aqui, e quase não sabemos sobre ele. Mesmo quando há lugares que destacam e expõe esse acontecimento, mas não nos apercebemos.

Por isso que eu trouxe para vocês, alguns lugares da capital que foram feitos com este propósito.

1º) Memorial da Cabanagem




Inaugurado em 7 de janeiro de 1985 para comemorar o aniversário de 150 anos do movimento cabano, é composta de um conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer (Único projeto dele no Pará) que mostra uma rampa erguida para um ponto no infinito, que pode ser até interpretada como uma mão. Porém, esta contém uma "fratura", equivalendo ao objeto retangular na mesma direção da rampa.


"A "mão fraturada"(sem o polegar) faz referência a pacificação ocorrida após a cabanagem numa época onde quem era pego com armas de fogo tinha o polegar cortado." (Wikipédia)

Imagem do Projeto de Oscar Niemeyer

Apesar de apontar para o céu, a direção que está direcionada este braço indica a direção de ICOARACI, vila onde muitos cabanos foram mortos e sepultados.
Além do seu exterior ser bastante significativo, o Memorial abrigava um museu-cripta. Com passagem para luz para iluminar um vitral dentro da estrutura, projetado por Marianne Perreti, e as cinco criptas que continham os restos mortais dos maiores líderes cabanos: Padre Batista Campos, Eduardo Angelim, Antônio Vinagre, Francisco Vinagre e Felix Clemente Malcher.

Museu-cripta da Memorial da Cabanagem

Aparentemente, a inauguração foi linda, houve queima de fogos, todas as autoridades do Pará estavam presentes para entregar o Monumento que foi DOADO pelo arquiteto para o povo paraense; não cobrou nada pelo projeto, e ainda disse que a honra era toda sua em participar dos festejos em homenagem aos cabanos.
Infelizmente não durou muito tempo, hoje vemos que a área está abandonada, serve de rampa para skatistas e de habitação para moradores de rua, Há muitos anos os restos mortais foram redistribuídos pela cidade e o monumento esquecido pela população e ignorado pelos governantes (O memorial sequer faz parte do Sistema Integrado de Museus).
Acredito que resta a nós, lembrarmos e lutarmos não apenas por um monumento, mas pela história rica e grandiosa de nossa cidade que vem sendo enterradas pela modernidade e descaso de quem não julga importante para o hoje.

Essa foi a primeira parte da série Memórias da Cabanagem, espero que tenham gostado. Compartilhem conhecimento, faz bem para outras pessoas e para nós mesmos!

Até a próxima.


Aliás, não esqueçam de ler esse artigo AQUI da Laifi.

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