Eternizados em nossas ruas (ou praças) - Frei Caetano Brandão

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Praça Dom Frei Caetano Brandão com vista para a Igreja da Sé


Andando por Belém você deve ter conhecido uma das praças mais bem cuidadas de Belém, suas flores vermelhas contrastam com o verde da folhagem, e com a brisa vinda da Baía, torna muito agradável para uma visita ao fim da tarde. 

Próxima ao Forte do Castelo, Igreja da Sé, Casa das Onze Janelas, Igreja de Santo Alexandre e Museu de Arte Sacra, a bela praça compõe o cenário do Complexo Feliz Lusitânia. Entretanto, o que pouco se sabe a respeito é de quem ela herdou o nome.

Caetano da Anunciação Brandão foi o sexto Arcebispo de Belém, e apenas viveu na cidade de Belém durante os sete anos em que trabalhou na Terceira Ordem Regular de São Francisco. Já renomado antes de chegar aqui, fez muito pela cidade, fundando logo após sua chegada à cidade o Hospital da Caridade, localizado em um antigo sobrado, nas proximidades da casa do Fidalgo Domingos Bacelar – atual Casa das Onze Janelas – e que anos depois foi incorporado a Santa Casa de Misericórdia. 

Pintura "Frei Caetano Brandão" de 1829 em exposição no Museu de Arte Sacra

Seu trabalho na liderança religiosa logo chamou atenção e ainda hoje Caetano Brandão tem um vasto repertório de elogios dirigidos a ele. Um escritor do século passado chamado Maurilio Cesar de Lima disse a seu respeito em 1919:
Dom Frei Caetano da Anunciação Brandão (1783-1790), o3ªsf: um dos mais eficientes bispos do Pará na época colonial. Em suas quatro visitas pastorais, fundou paróquias, aproveitou um antigo convento mercedário que reformou em um hospital para os indígenas. Foi transferido para a sé primacial de Braga onde prosseguiu em seu zeloso pastoreio.”
Por ter seu trabalho reconhecido, hoje, Frei Caetano dá nome a escolas e praças, dentro e fora do Brasil. Seus textos escritos em viagens pelo norte do país atualmente são famosos e estão em diversas publicações. Sempre representando um líder fiel e preocupado com seus liderados e membresia da igreja.

Entretanto, o local que hoje tem seu nome em Belém e que possui uma estatua em sua homenagem, inaugurada em 1900. A Praça da Sé ou Largo da Sé, como era conhecida, foi nos primeiros séculos após a chegada dos portugueses um pelourinho – local para punição de escravos. E este fato não é amplamente discutido em Belém. Mas será um assunto para outra postagem.

Até a próxima!


Texto: Daniele Nogueira

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