Participação dos negros na Cabanagem
18:20Apesar de fazer parte da história do Pará, ainda é pouco conhecido ou procurado saber sobre a participação dos negros na Cabanagem. Como já sabemos, o Cabanagem foi um movimento que em sua maior parte teve participação dos populares, por isso o nome vem de "cabanos".
Para esse movimento acontecer, foi muito importante a participação dos escravos, e não por impulso ou rebeldia, como muitos dos senhores de escravos daquela época diziam ser, para que fosse visto com maus olhos a participação do movimento que tinha como objetivo a participação politica popular.
Como o movimento aconteceu na capital e nos campos, os negros tiveram sua participação forte em ambos os lugares. Foram atraídos por líderes cabanos de todos os lugares para tomar parte da luta. Há registros que mostram que os escravos (índios e negros) costumavam usar distintivos vermelhos, simbolizando o partido de Batista Campos, um influente Padre que teve participação na liderança da Cabanagem. Os partidários de Batista Campos escravos e livres também carregavam essa mesma identificação em suas vestes ao andar pela cidade.
Só que em um documento assinado no dia 14 de fevereiro de 1834 pelo Governador Lobo de Souza, ordenava que fossem presos e contidos os escravos que apresentassem sinais ou cores do partido do Duque de Bragança. Afirmando que os escravos utilizavam os símbolos como desculpa para gerar desordem. Na verdade eles só estavam sendo politizados e manifestando-se, e isso era visto como um perigo para os poderosos.
Como resultado disso, eles continuaram sua participação, durante a década de 1830 ocorreram muitos levantes de escravos no Acará e no Guamá. Em meio a esses tantos eventos importantes para o movimento Cabano, se destacaram muitos negros, entre eles, Felix da região do Acará que liderou 400 escravos e ajudou a proteger Eduardo Angelim em uma das perseguições ocorridas em na região. Tempos mais tarde, quando ele foi capturado, descobriram que ele liderava cerca de 600 escravos.
Na região Bragantina, outro líder importante foi o escravo Cristóvão, do Engenho de Caraparu, que comandou um grupo que teve de ser atacado três vezes por um General que lutava contra os cabanos.
Jorge Hurley escreve sobre a participação dos escravos: "Emergindo dos mocambos e das senzalas ou afluindo dos quilombos ignotos, no seio das selvas e nas praias desabitadas, os escravos acostaram-se à causa cabana, com o objetivo da reconquista da liberdade."
Vicente Salles também diz que apesar de não terem alcançado a liberdade, no período da Cabanagem, os negros lutaram sem esmorecer, até o final. Muitos sacrificaram-se pela luta, mas ainda que a a Amazônia continuasse sob o domínio português, eles continuaram buscando a tão sonhada liberdade.
Hoje, dia da Consciência negra, AINDA precisa ser reforçado como um dia importante nestes mais 500 anos de discriminação na luta contra o racismo.
Como o movimento aconteceu na capital e nos campos, os negros tiveram sua participação forte em ambos os lugares. Foram atraídos por líderes cabanos de todos os lugares para tomar parte da luta. Há registros que mostram que os escravos (índios e negros) costumavam usar distintivos vermelhos, simbolizando o partido de Batista Campos, um influente Padre que teve participação na liderança da Cabanagem. Os partidários de Batista Campos escravos e livres também carregavam essa mesma identificação em suas vestes ao andar pela cidade.
Só que em um documento assinado no dia 14 de fevereiro de 1834 pelo Governador Lobo de Souza, ordenava que fossem presos e contidos os escravos que apresentassem sinais ou cores do partido do Duque de Bragança. Afirmando que os escravos utilizavam os símbolos como desculpa para gerar desordem. Na verdade eles só estavam sendo politizados e manifestando-se, e isso era visto como um perigo para os poderosos.
Como resultado disso, eles continuaram sua participação, durante a década de 1830 ocorreram muitos levantes de escravos no Acará e no Guamá. Em meio a esses tantos eventos importantes para o movimento Cabano, se destacaram muitos negros, entre eles, Felix da região do Acará que liderou 400 escravos e ajudou a proteger Eduardo Angelim em uma das perseguições ocorridas em na região. Tempos mais tarde, quando ele foi capturado, descobriram que ele liderava cerca de 600 escravos.
Eduardo Angelim - Lavrador e ultimo presidente Cabano |
Na região Bragantina, outro líder importante foi o escravo Cristóvão, do Engenho de Caraparu, que comandou um grupo que teve de ser atacado três vezes por um General que lutava contra os cabanos.
Jorge Hurley escreve sobre a participação dos escravos: "Emergindo dos mocambos e das senzalas ou afluindo dos quilombos ignotos, no seio das selvas e nas praias desabitadas, os escravos acostaram-se à causa cabana, com o objetivo da reconquista da liberdade."
Vicente Salles também diz que apesar de não terem alcançado a liberdade, no período da Cabanagem, os negros lutaram sem esmorecer, até o final. Muitos sacrificaram-se pela luta, mas ainda que a a Amazônia continuasse sob o domínio português, eles continuaram buscando a tão sonhada liberdade.
Hoje, dia da Consciência negra, AINDA precisa ser reforçado como um dia importante nestes mais 500 anos de discriminação na luta contra o racismo.
Esse post foi escrito com base no livro O Negro no Pará (páginas 265 a 271)
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