Frei Francisco da Purificação, Comissário Provincial dos Carmelitas do extremo norte do Brasil, foi chamado em 1624 para iniciar a catequização aqui, mas só chegou dois anos depois com os Carmelitas Calçados. Em um sítio, ergueram uma capela para que se congregassem.

     Em 1627, receberam uma doação do Capitão Mor da capitania do Grão Pará, Bento Maciel Parente, e numa casa de campo na atual Travessa Siqueira Mendes, transferiram a residencia e edificaram junto a ela uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo, usando a casa como convento.

        Mais tarde, em 1690 , já em ruínas, a casa e a capela foram demolidas, começando, no mesmo local, a edificação de um novo convento e uma nova Igreja. As obras seguiram até 02 de julho de 1696, quando foram interditadas pelo Bispo, pois lá encontrava-se enterrado um excomungado. Por isso, os Carmelitas apelaram para a Justiça Real. Com decisão favorável à Ordem, somente em 21 de abril de 1700, a construção teve o curso normal. Concluída em 1721.

    'Segundo relatam as crônicas da época, a Igreja já se apresentava melhor paramentada, graças ao contínuo esforço dos padres.
     No decorrer do século XVIII, por volta de 1766, outra vez, os Carmelitas demoliram seu segundo templo, para construir a atual Igreja do Carmo, porém, não totalmente. O altar mor é preservado e incluso na nova igreja. Nele se admira até hoje o estilo barroco italiano de importação portuguesa, predominante nas igrejas da época, modificado posteriormente pelas influências locais.
    Nesta obra, tomou a frente das obras já em andamento o arquiteto-régio Giuseppe Antonio Landi, autor das novas molduras e fachada da definitiva Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em alvenaria de pedra.

   A inauguração aconteceu em 23 de julho de 1777, de forma inacabada, pois não havia concluído à tempo os altares laterais e a Capela da Ordem terceira, concluídos apenas em 1784. 

   Durante a Cabanagem, grande movimento popular paraense, através do qual os cabanos conseguiram chegar ao poder, a Igreja foi usada como ponto estratégico pela tropa imperial. No entanto, foram descobertos pelos cabanos. Muitos foram tirados da igreja e levados a rua para a morte.

Iniciadas as obras de restauração em 2013, no dia 23 de março de 2015, foi entregue a população. A Igreja foi tombada pela União em 1941 e é propriedade da Arquidiocese de Belém. O prédio estava em precário estado de conservação quando o IPHAN elaborou o projeto de restauração. Esse foi o primeiro restauro completo da igreja.

*Todas as imagens usadas nesta postagem foram feitas após este restauro.

Fonte: Carmo Belém 

Fotografia: Daniele Nogueira