Palacete Bibi Costa

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A surpreendente e assustadora história de um palácio construído para receber um presidente, que ganhou fama de castelo e passou para a história como casa mal assombrada, porque escravos seriam mantidos em seus porões, mesmo depois do fim da escravidão por um coronel bárbaro e cruel. E você passa todos os dias por ele, e não sabe a importância que teve na história e na formação da cidade de Belém...

O Major Brício Costa encomendou o prédio a construção por Francisco Bolonha, que ganhou fama e poder no governo do intendente Antônio Lemos, Foi originalmente projetado para receber o presidente da república Affonso Penna e sua comitiva, que no ano de 1906 fazia uma série de viagens pelo norte do Brasil a fim de conhecer as suas capitais. Foi construído em tempo recorde por isso. A obra começou em 1904, e foi inaugurada em 21 de junho de 1906.

Tudo girava em torno do conforto da estadia do presidente, por isso foi instalada uma estação provisória de bonde, e num terreno ao lado do palacete promoviam concertos comemorativos. A mobília e o sistema de iluminação do prédio eram os mais refinados, e o porão, além de cômodos para funcionários, contava com uma adega.

Cada ambiente tem um desenho em mosaico de acapu e pau-amarelo, um trabalho no forro, as áreas molhadas e algumas soleiras são em peças importadas de ladrilho hidráulico, e luxuosos lustres além de vitrais coloridos com desenhos florais que quase não se destacam na fachada da Joaquim Nabuco por estarem encobertos pela poeira. Parte desse patrimônio foi perdido em um grande incêndio em 2001.

Mas foi curiosamente por causa de outro dono, que viveu ali anos depois, que o “ Castelinho” como passou a ser chamado ganhou fama... de mal assombrado.

José Júlio de Andrade, nasceu em 1863. Seringalista, o coronel José Júlio, que mal possuía o ensino primário, fez fortuna em terras. Era dono de 90% de cidade como Almerim, além de propriedades em Porto de Moz. Considerado um homem cruel e que ainda possuía escravos em uma época que a escravidão já havia sido abolida, conta a lenda que ele ainda mantinha instrumentos de tortura na própria mansão ( e quem sabe escravos contra a lei.

Muitos são os relatos que falam de assombrações no lugar. Barulhos de correntes arrastando pelo chão, gritos repentinos, vultos, vozes e outras mais. Uma testemunha ( que pode ser lida integralmente abaixo na fontes desta postagem, o empregado da casa Augusto, conta que depois de uma festa de confraternização em dezembro, já saindo pra casa, desceu uma pequena escada e dirigiu-se até a sala no porão, a tal voz lhe falou.. - Não, não ascenda a luz, venha aqui que preciso de sua ajuda. Olhou para baixo, encontrou um homem negro, acorrentado por um braço a parede, suado e com o rosto machucado. - Me tire daqui, não aguento mais esse sofrimento! Pedia.

Nas imagens, momentos do Palacete Bibi Costa, com toda a estrutura montada no entorno para receber o presidente, e a foto do Coronel José Júlio.

Pra conhecer, preservar e tremer. Quando passar pela José Malcher com a Joaquim Nabuco, perceba o lindo palácio, hoje esquecido e mal cuidado. Ele é a história viva ( e além dela ) desta terra.

Fontes: Amanda Pinho/ Letícia Cardoso/ Lais Teixeira /
http://bit.ly/PGFrrL / http://bit.ly/1fBDEJx / http://bit.ly/1eIrX4fp

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6 comentários

  1. É sempre bom conhecer um pouco mais da história de Belém...

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  2. Belém,cidade histórica e repleta de lendas e belezas preservadas atrás de tantas janela e portas fechadas.IEP por exemplo,muitas histórias sob aquele teto.

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  3. Muito interessante a história do Palacete Bibi Costa. Escrevo de Manaus-AM, e só conheci a história do Palacete devido um cartão postal que possuo, e tive curiosidade em buscar informações sobre o remetente e destinatário. O postal foi enviado em 31/05/1908 por José Maria Mac-Dowell da Costa (que estava no RJ) para sua mãe Anna Mac-Dowell da Costa (endereçado ao palacete Bibi Costa). Inclusive envia um afetuoso abração a seu pai Carlos Brício Costa. Na próxima ida a Belém tentarei visitar o Palacete. Parabéns pelas informações. "Em 20 de abril de 1910 o palacete foi vendido por motivo de falecimento do major Brício Costa. A viúva, a Sra. Anna Macdowell, vendeu o palacete para o coronel seringalista José Júlio de Andrade". Fonte: http://pportalparamazonia.blogspot.com/2016/01/palacete-bibi-costa.html

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