Veneza brasileira

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A desconhecida história de uma "Veneza Brasileira", que foi, sem nunca ter sido, na Belém esquecida há mais de 200 anos.

Em 1771, o engenheiro alemão Gaspar Gerardo Gronfelts cogitou aproveitar a existência do igarapé no plano de transformação da cidade. Ao invés de aterrar o extenso alagadiço, como era desejo do governo, Gronfelts imaginou aproveitá-lo, em conjunto com os igarapés do Reduto e das Almas ( Atual Doca de Souza Franco ), para a construção de três enormes entradas de água, que seriam aproveitadas em diferentes canais que dariam a Belém beleza ainda maior que a da cidade de Veneza, na Itália.

Contrariando o plano urbanístico de Gronfelts, o Conde dos Arcos, Governador da Província, então, não quis transformar Belém numa segunda Veneza. Achou melhor eliminar aterrar o enorme igarapé, encarregando, para isso, o engenheiro João Rafael Nogueira. Assim, aos poucos o grande igarapé foi desaparecendo.

Sobre o aterro novas estradas surgiram, a antiga Bailique ( Ferreira Cantão), à Estrada das Mongubeiras (hoje Avenida Almirante Tamandaré), além é claro, de todos os problemas de drenagem, alagamentos e consequências urbanas da interferência sem respeitar a vocação da região.

Fonte: Memórias do Pará / Mapa: Belém - Gronfelt – 1773 / Haroldo Baleixe

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